sexta-feira, 8 de fevereiro de 2019

MORTALHA - por Katia Toledo



                                                            MORTALHA

O corte profundo sangra-me a alma.
Goteja-me lentamente o líquido rubro.
Agoniza nitidamente minha calma.
Meu corpo nu com teu manto cubro.


Forma-se uma crosta espessa e dura
a proteger-me como carapaça.
Imagino eu que, a essa altura
nem mal, nem bem por ela passa.


Tua estupidez trava uma batalha
com teu bem-querer que nunca escutas.
Deita em nosso amor uma mortalha,
fazes tuas verdades absolutas!











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