sábado, 23 de fevereiro de 2019

Pequenas Histórias (para gente grande) - Por Nilzanira Reyes


Pequenas Histórias 
(para gente grande) 

Primeira 

Escrever, escrever...
A raiva potencializa e solidifica os sentimentos.
Exacerba a criação.
Dualidade – como amar o que faz sofrer?
Fazer um poema, falar do desejo.
Uma angústia enorme que abraça.

Um poema fala

"Poema de Roberto Juarroz

Existe um tempo do olho
que pára de olhar para trás ou para frente
e se detém em si mesmo.
E existe um tempo do tempo, 
do encontro do tempo com o tempo,
um transcorrer já sem testemunhos, 
uma duração duração.

O ponto é o resumo.
É necessário vigiar o ponto.
Sobretudo este ponto final.
Ou talvez o próximo."

A caminhada de quinta-feira se arrasta entre o tanto que falta e o que já foi percorrido.
Não era definitivamente aquilo que deveria ser tratado naquele tempo.
O impacto do tênis reverbera no solo concreto da verdade.
Andar, correr, cair. Assim, nesse compasso; uma auto compaixão sem testemunho. 
Mas o desejo se mostra maior do que a capacidade de dar um passo de cada vez e o que havia sido um rio transbordou e avançou pela estrada aberta e transformou em nado o que era caminhada. 
Detalhe, não saber nadar é afogar nessa enchente de emoção. 

" É necessário vigiar o ponto.".

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