Eu só tenho três
minutos???
“Vá lá... Quatro”
É que aqui, tudo é
eternidade
Enquanto o tempo / Faz maldade com a gente
Só anda pra frente /
Não adia a verdade
Não sabe voltar
Eu podia escrever uma
história para provar que sou sublime,
me fazer de importante
Mas Fernando, o Pessoa / Já eternizou esse instante
Quanto a mim, o tempo
às vezes oprime
Talvez a você também
Apertando meus olhos;
bagunçando os relógios
Mil cucos não bastam;
insônias não curam
O tempo nos toma tempo!
É preciso vencê-lo
todos os segundos
Embora nunca cheguemos
em primeiro
Nas rotações desse
mundo
Há o lado bom, há o
lado ruim
E existe a falta de
lados / Mesmo cortados por Greenwich
E o tempo, indiferente,
continua...
Tenho pra mim que o
tempo não escolhe / e nem acolhe quem está fora do tempo
Ele devia ser um
detalhe
Uma leve ironia
Como a magia de um gol
aos quarenta e seis
do segundo tempo da
vida
Mas faço dele poesia
Aproximo meus afetos
Dou tinta aos meus
papéis virtuais
Para a vovó, vovô e
seus netos
Para que sejam tratados
como iguais
A garota do traço
O garoto do baixo
Àquela ali que também
amo e conheço bem
Para você, você, e
você,...
Venço o tempo
provisório
Sem palavrório a esmo
Direto, soco inglês
A flecha e a caça
Não sei se em bom
português...
Mas é isso o que posso
Pra me fazer
compreendido
Sem alarde
Para o frescor da tarde
Para a libido da noite
Para as páginas das
manhãs
Mas sobretudo,
e isso eu não conto
(Só pra vocês, vai... )
Para espalhar o tal do
amor!
Esse cara que vence o
tempo
Que em tempos difíceis
Está sempre presente
Apesar das águas, do
fogo,
da lama, oitenta tiros
insanos,
prédios desabados e
déspotas mal
disfarçados,
que nos soterram a cada
dia
Apesar das lágrimas
teimosas
Daqueles instantes sem
riso
pois é...
Pois assim é... tal e
qual navegar:
- Também é preciso...
Mas deixe estar / que o coração de quem ama
Está sempre pronto.
Um abraço...
Às vezes só um abraço /
ou um sorriso...
* * *
Devia ter uma lei pra
quem não fala do amor, / da amizade, da fraternidade,...
Pagasse taxa, tarifa
Comprasse rifa velha,
sei lá...
Que fale!
Que se expanda por aí
Sem sacrifício
e sem egolatrias tolas
Que seja prazer, não
ofício
Nada de regras
Tipo um compromisso,
assim sem compromisso:
- A gente se vê,
hein...?! - e como é bom quando a gente se vê ...
- Eu passo lá ! - e
como é bom esse encontro
- Te ligo ! - e no meu
ouvido tua voz sempre tão presente...
Que os abraços
fraternos
Não acabem em prosas
dispersas
Erradas palavras de
ordem
Chuvas de
“granito"
Calçadas de sangue e
“granizo”
Gritos,
clichês popularescos /
e ódio entre irmãos.
Sim, é o que peço:
Que os pensamentos
diversos
Se igualem em respeito
pelo outro
Que nada fique solto na
frase / na base, na crase.
Seja justo e contratado
!
Que o nossos amores
Sejam mais que verbos
intransitivos
Que sejam definitivos
Que sejam transitado em
julgado
Que não caibam recursos
E que no curso da
história
Sejam escritos nas
paredes
Feitos por um bom
pichador:
"Mais amor, por
favor! "
Jamais uma súplica,
Sempre afirmação.
E que todo esse
sentimento
Vire um lema de vida
um leme, as velas, sua
direção e saída,...
Seja mais que um poema
Não repouso dos
fingidores
Nós os viajantes do
tempo...
Que não nos importem
etnias,
gêneros, cores,
distâncias,
falsos rumores,
Que se partam em pó
ditadores
Que prevaleça a graça
Que se levantem as
taças:
É agora o nosso tempo !
É agora o nosso tempo !
Quatro minutos
E uma eternidade de
amores.
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