AVISO: CONTEÚDO IMPRÓPRIO PARA MENORES DE 12 ANOS - APRESENTA LINGUAGEM CHULA
E se te
desse a louca (e foi dito com muita propriedade por Horácio “desipere in loco”- Enlouquece-te de vez em
quando), e você se apaixonasse por um jovem trinta anos mais novo que você,
com a libido à flor da pele e você fosse pega numa terça-feira às três da tarde
gemendo na cama como uma loba no cio, sendo xingada de todos os nomes que uma
mulher casta e pudica não deveria gostar de ser chamada...
E se te
desse a louca e você vendesse sua casa com tudo o que tem dentro para
colecionar apenas carimbos de “visto” de outros países em seu passaporte? Será
que continuaria sendo a filha, a mãe e a avó querida? Ou tentariam te
interditar para controlar tuas finanças alegando insanidade?
Será que
amparar os outros não se tornou uma obrigação velada? Uma troca macabra por
aceitação, carinho e atenção? Quanto do
bem que fazem para você é exclusivamente para você? Quantas vezes fizeram para
você a sua comida favorita? Quantas vezes te deram um sapato daquela loja que
você gosta? Será que sabem ao menos a sua cor preferida? E se descontássemos tudo
o que é feito para o bem de todos, como lavar o carro, fazer comida e arrumar a
casa, o que sobraria de bem para você? E se você não tivesse nada a oferecer?
Nenhuma vantagem financeira ou de outro conforto qualquer? Será que todos te
amariam com a mesma intensidade que dizem te amar? Quantas vezes você ouve “Eu
te amo” sem precisar perguntar ou sem vir um pedido de algum favor ou presente
logo depois?
O dito
“politicamente correto” dificulta e afasta grandes amizades, porque grandes
amigos se tratam por adjetivos chulos e baixos e tudo vira uma grande
brincadeira de chocar os incautos ao redor.
Digo sem
medo de errar: Cuidado com a opinião dos que te amam, mas dependem de você,
mesmo que em parte, por questões financeiras, afetivas ou de conforto, porque
são opiniões tendenciosas. E porque
talvez a tua verdadeira felicidade vá contra todos os estereótipos que eles
fazem de ti. Talvez te queiram pacata, sentadinha de pernas cruzadas e falando
baixinho até o fim da festa. Feliz por ganhar uma caneca de “A melhor mãe do
mundo” no Dia das Mães, ou conversando sob sutil vigilância, pela internet com
vários “amigos” que nunca irá conhecer pessoalmente.
E se, da
noite para o dia, você resolvesse começar a beber e fumar como uma adolescente
no primeiro ano de faculdade longe dos pais? E se esquecesse de tantos
compromissos que na realidade nem são seus? E se pensasse em experimentar novas
sensações, antes de amanhecer? Percebes uma oculta cerca eletrificada de
arame-farpado ao redor da tua liberdade de expressão?
E quando
você ficar velha demais para despertar o interesse de alguém do sexo oposto, ou
do sexo que mais te atrair, e os filhos todos já estiverem com suas vidas
encaminhadas, quem vai querer cuidar da idosa faladeira e cheia de dores e
horários para tomar remédios? Quem vai andar devagarinho ao seu lado como
quando você levava eles quando estavam ainda aprendendo a andar? Quem vai ter
com você a paciência que você teve com eles?
O mais
provável é que você continue por toda a vida comprando atenção, cordialidade e
aquiescência entre os dentes, deles.
Comprando eles para não te deixarem abandonada, quando o que você
realmente queria era ficar nua em pleno Culto de Natal, ou gastar uma gorda
fatia do teu décimo terceiro salário para fazer sexo, ao menos mais uma vez,
com um jovem e musculoso michê. Mais um sendo comprado para disfarçar a cara de
nojo, pena e impaciência.
E aí numa
madrugada solitária você irá encontrar esta carta, já amarelada, rasgada e
colada com fita adesiva e vai descobrir mais uma vez que eu era teu amigo de
verdade e que te amava sem exigir nada em troca além da natural troca de
atenção entre amigos. E que sabia a tua cor favorita.
Tantos bens
de consumo parcelados nos cartões de crédito, mas nada preencherá o vazio de
não ter ninguém para te chamar de “meu tesão”, “minha putinha gostosa”. Ou te
sussurrar ao ouvido entre lençóis: “Abre essas pernas meu amor que hoje eu
quero te chupar a noite toda!”...
Percebes?
Tem certas coisas que os filhos não aceitam bem...
Muito bom! Gostei do ensaio!
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