quarta-feira, 13 de março de 2019

Heranca - por Ludwika Piekut

Herança

Pela janela fechada
do avião
que me levava
p'ra longe
joguei
um estilhaço
de espelho
                   Deixei-o caído
                   no solo
                   do meu país
                   Mas antes
                   marquei nele
                   meu rosto
                   Aquele
                   que nunca mais terei
                   do qual
                   ele se livrou
                   imediatamente
Talvez agora
pouse
no campo de trigo
refletindo
a intrusa cara
da papoula vermelha
fazendo pouco
da lembrança
dos meus lábios
festivamente maquiados

Um comentário:

  1. O poema todo é uma metáfora, mas poderia enriquecer com mais metáforas dentro de metáforas.

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