Pela janela
Vejo
uma
esquina
uma
porta aberta,
E o rumor do dia nublado
É como o vento num velho impermeável,
Desses com que se sai à chuva.
Uma bandeira pende num mastro,
Mas não posso vê-la,
E uma criança doente
Abre os olhos para a escuridão.
Os passos no sobrado
Falam-me de uma presença,
E o vento nos caibros da casa velha
Assovia
Lembrando lábios antigos.
No jardim
Uma pétala cai,
E o dia é como uma ostra
Em cujo interior
A pérola
Dói.
(30/10/2000 - do livro "Um Corpo sem Sombra)
Gosto de sentir suas palavras. Vc consegue imprimir cheiro e textura. Excelente!!!
ResponderExcluirLeitura dos seus textos sempre enriquece. Além do mais você "pinta " a a paisagens da alma nos seus poemas.
ResponderExcluirComo me escapou o "Corpo sem sombra"? Preciso reparar este descuido.
Me lembrou o clima é o "cenario" do poema seu chamado "Memoria" que eu adoro.Inclusive li numa das rodas literárias da Aljode (com prévio consentimento seu).
ResponderExcluirGrato pelos comentários.
ResponderExcluirLudwika, verei como "reparar o descuido" de você não conhecer o livro.
Conheci o livro. Achei espetacular!!!Muito obrigada. Foi um presente super precioso.
ResponderExcluirValeu, Ludwika. Grato pelas palavras.
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